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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Diálogo com o Futuro

Ontem tive a oportunidade de estar numa palestra sobre finanças pessoais cujo palestrante foi um grande professor de Economia da época de faculdade e amigo, o Adalto. Ele trouxe reflexões interessantes sobre essa questão da gestão das finanças pessoais, incluindo na conversa elementos como a multiplicidade de bens de consumo a disposição no mercado em paralelo com a capacidade de consumo limitada do brasileiro, ou seja, uma vitrine de primeiro mundo e bolso de terceiro mundo. Isso aliado à ausência de uma educação financeira, incorporado ainda com a forte influência da sociedade que impõe padrões de consumo elevados.
O “diálogo com o futuro” foi um dos pontos que me chamou atenção. O Adalto trouxe essa questão como uma forma de refletirmos sobre os benefícios de médio e longo prazo. Talvez por conta de uma herança dos tempos de inflação, aprendemos a ter comportamentos imediatistas com relação ao dinheiro. Compramos compulsivamente com um dinheiro que ainda não temos, coisas que não precisamos. Temos ainda o paradigma de que nosso dinheiro rende tão pouco na poupança, afinal, se pagamos cerca de 10% ao mês no cheque especial, por que a poupança rende apenas 0,6% mês? Entretanto, não consideramos que, por exemplo, a taxa de juros da poupança na Europa é de 2,5% ao ano, a nossa é de 6% ano. Analisar por esse ângulo foi interessante para olhar a poupança com outros olhos. Podemos até incorporá-la no nosso orçamento como um custo fixo e este é um hábito importante que, apesar de difícil no começo, faz aumentar muito as chances de uma vida financeira estável no futuro. Não é errado comprar supérfluos, isso também foi um dos pontos trazidos na palestra. A questão é a maneira como se consome. Ter bem estar, qualidade de vida significa também realizar desejos. O caminho não é partir para um comportamento mocotó (mão-de-vaca) e sim consumir levando em conta o valor do dinheiro no sentido de observar o quão dificultoso é conseguir conquistá-lo.